domingo, 3 de maio de 2015

Paris

Deixamos Paris por último, vindo de Bordeaux pra cá de trem. Compramos as passagens com bastante antecedência para aproveitar as ofertas. Desta vez, o nosso desafio era visitar lugares que não conhecíamos, portanto, nada de visitar o Louvre ou Museu d'Orsay, subir na Torre, ir à Notre Dame, etc.

Chegamos em Paris no sábado à tarde e a Alexia estava nos esperando com a chave do apto. Tudo certo, deixamos as malas e fomos até a Place du Tertre. Depois resolvemos pegar o metrô e passear um pouco. Muito cansados, voltamos, compramos uma pizza e um vinho e fim do dia.


No domingo, muita coisa estava fechada e o dia estava nublado. Resolvemos conhecer o Museu Carnavalet, o museu da história de Paris. Mas antes, fomos almoçar no nosso restaurante preferido, o Baribal, que fica em Montparnasse. A chuva nos pegou no meio do caminho. O guarda-chuva quebrou, a capa de chuva não aguentou, enfim, aconteceu de tudo, mas chegamos ao restaurante. Como sempre, o atendimento foi caloroso e a comida estava ótima. Um bom vinho e esquecemos da vida lá. Saímos de lá e, desta vez, de metrô, fomos ao Museu.


Foi meio difícil de encontrar, mas chegamos lá. Uma fila enorme para ver a exposição sobre Napoleão Bonaparte em Paris, mas o guarda nos perguntou se queríamos visitar o acervo e, como não tinha fila, foi para lá que fomos. O acervo é bem interessante, com vários "letreiros" de época, de restaurantes, chaveiros, farmacêuticos e muitas obras representativas da história de Paris, além de diversos cômodos com o trabalho de madeira (boiserie) de diferentes edifícios da cidade que foram demolidos. Os jardins também são lindos, mas, como estava chovendo, não deu para visitá-los.


No outro dia, segunda, fomos visitar a exposição do Velasquez no Grand Palais. O Grand Palais é um lugar que já conhecíamos, mas esperávamos poder ver o grande teto de vidro desta vez. Infelizmente, esse teto só fica visível quando há exposição na entrada principal e não era o caso. Mas a exposição do Velasquez estava bombando. Muita fila, previsão de duas horas de espera, vento gelado, não tínhamos comprado o bilhete com antecedência, mas resolvemos esperar. O Wifi do museu estava disponível no lado de fora e os 45 minutos que esperamos, na realidade, não demoraram muito para passar. Lá dentro, clima de exposição em São Paulo, muita gente, tínhamos que pedir licença para ver as obras, mas isso também reflete a importância de se juntar tantas obras do autor na mesma exposição.


Na terça, fomos conhecer o Museu Marmottan Monet. Fomos de metrô, é bem fácil chegar. Esse museu tem uma história bacana porque ele foi formado a partir da coleção de Jules Marmottan. O museu é lindo e a coleção maravilhosa. Muitas obras de Monet, claro, mas também de Berthe Morisot (uma sala inteira e mais um pouco, com pinturas a óleo, aquarelas, desenhos) e de outros pintores impressionistas, como Caillebotte, Sisley, etc. Infelizmente, no museu as fotos são proibidas.

Antes de chegar ao museu, passamos por um jardim lindo, chamado Jardin Ranelagh.


Depois de sair do museu, resolvemos ir até o Bois de Bologne, que era bem pertinho. Seguimos pela entrada mais próxima e não parávamos de tirar fotos, pois uma paisagem era mais linda que a outra.



Acabamos almoçando por lá mesmo. No quiosque onde almoçamos havia também um casal e um homem com oito cachorros! Os cachorros mais velhos cuidavam para que os mais novos não se afastassem, muito educados.


Saímos de lá e andamos a pé pelas imediações do Trocadero, um bairro de alta classe, com lindas residências. Chegamos aos jardins do Trocadero e nos demos conta que era a primeira vez que víamos a torre daquele ângulo.



Muitas fotos depois, seguimos para pegar o RER próximo à torre para ir à Bibliothèque Nationale, onde havia uma exposição sobre Edith Piaf. Nosso maior interesse era conhecer a biblioteca, que era muito, mas muito maior do que eu imaginava, com muitas salas de estudos, todas lotadas na hora que chegamos.



Entramos na exposição e foi uma viagem musical, com o audioguia nos guiando mesmo pela vida e obra de Edith Piaf. Terminada a exposição, ainda pegamos o Café des Globes aberto por um triz e tomamos um lanche. Ao lado do Café havia uma exposição com dois globos enormes, que eu achei que eram cópias, mas eram originais, feitos no século XVIII e restaurados. Não era permitido tirar fotos, mas a exposição é impactante. Um globo representa a terra e outro representa o céu.

Na quarta fomos conhecer o Chateau de Vincennes.



Muito fácil de chegar lá de metrô também, a saída da estação é direto no Chateau. Estávamos embasbacados com o tamanho do monumento e procurando a entrada quando chegaram dois senhores americanos que também estavam procurando a entrada. Acabamos encontrando com eles diversas vezes durante a visita. Um deles era mais falante e muito divertido. Ele nos contou que eles têm milhas e viajam muito, já foram para Istambul, Austrália, Veneza, China, Coréia do Sul, Rio de Janeiro, Paris, Paris, Paris, Paris, Paris, kkkkk.


 


Visitamos tudo o que estava aberto à visitação, pois uma parte estava fechada para reformas. Basicamente foi a capela e o donjon, mas só isso já valeu muito a pena. Em uma das salas do donjon, uma moça nos chamou para experimentar o projeto de realidade aumentada, que recria toda a decoração das salas, de acordo com o que era quando o Chateau era utilizado pelo rei. É incrível, com um tablet na mão, você aponta para a lareira e ela está fumegando, aponta para o teto e ele está com toda a decoração original, as paredes revestidas de madeira, os móveis e objetos de época. Sem o tablete, é apenas uma sala de pedra, sem móveis, decorações ou objetos.


Perguntamos se havia projeto para fazer isso para todas as salas e ela nos respondeu que o custo é muito alto, porque, além de tecnologia, envolve pesquisa histórica, arqueologia, etc.

Na quinta, 30/04/2015, último dia da viagem, amanheceu chovendo. Aproveitamos a manhã para arrumar as malas, o que exigiu muito trabalho, para fazer caber tudo. Então resolvemos ir almoçar no  Baribal de novo, que fica muito perto de uma estação de metrô, a Volontaires. De lá resolvemos ir para um museu que ainda não conhecíamos e escolhemos a Pinacothèque, por causa da exposição do Klimt. Chegando lá, a fila para comprar ingressos era na chuva mesmo, mas não demorou muito. O local é pequeno, mas a exposição era muito abrangente e bem feita, infelizmente as fotos eram proibidas. As estrelas da mostra eram as pinturas Judith e Salomé e a frisa Beethoven, uma enorme série de murais feitas para um teatro.


Saímos de lá e ficamos zanzando pelas lojas da região da Opera até cansar. Terminamos a noite no apartamento mesmo, com um vinho e uma pizza da pizzaria do indiano, da qual já ficamos fregueses.

A viagem de volta foi tranquila. Houve um atraso de uma hora para sair de Paris, aparentemente por conta das condições meteorológicas. Quando chegamos a São Paulo não havia finger disponível e tivemos que esperar as escadas e os ônibus chegarem. Mais uma boa meia hora esperando, mas nada que afetasse nosso bom humor e felicidade de estar de volta.

Um comentário:

  1. Leleca, amoooooo seus textos, suas fotos, suas impressões, suas viagens. Bjs

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