segunda-feira, 27 de abril de 2015

Saint-Emilion

Em nosso último dia em Bordeaux, fomos visitar Saint-Emilion. Compramos as passagens de trem no Centro Comercial próximo ao hotel e fomos para a estação de tram.
São cerca de 40 minutos de viagem, num trem bem confortável, passando por muitos vinhedos. Chegando lá, seguimos as indicações de "Cité Medieval" e andamos uns 15 minutos, ou mais, já que paramos muitas vezes para admirar a paisagem e tirar fotos.

A cidadezinha é muito bonita, com ruas de pedra, lojas de vinhos, restaurantes e ruínas. Fomos em direção ao escritório de turismo, subindo pelas ladeiras ou "tertres". A subida é bem difícil e algumas pedras são escorregadias. O dia estava bonito e com muito sol, na chuva deve ser mais difícil subir.


Chegamos ao platô onde fica o escritório de turismo e ele estava fechado para almoço. Então fomos a igreja Monolite que domina a paisagem. De lá enxergamos toda a cidade, inclusive um restaurante que fica bem embaixo. Resolvemos almoçar lá.


Depois do almoço, fomos explorar um pouco mais e encontramos o ponto de partida de um trenzinho que leva a um passeio pelos vinhedos. Com 3 euros a mais, poderíamos visitar uma cave. Fizemos um passeio bem gostoso pelos vinhedos e descemos na vinícola. Um senhor nos esperava e nos levou para conhecer os arredores e o interior da cave. No início, ele perguntou de onde vinham os visitantes. A maioria era francês mesmo. Quando dissemos que vínhamos do Brasil, ele se espantou e disse que, se tínhamos entendido a pergunta, entenderíamos sua explicação. Até que entendemos bem mesmo. No final da visita houve uma degustação e alguns compraram vinhos para levar.



De volta para a cidadezinha, passamos no escritório de turismo, mas já não haveria mais visitas guiadas naquele dia. Passeamos mais um pouco e chegamos na Tour du Roy, onde subimos os sombrios degraus de pedra e chegamos a uma vista privilegiada dos arredores.


Tínhamos comprado as passagens de volta com horário em aberto e resolvemos tentar pegar o próximo trem. Fizemos a caminhada de volta mais rapidamente, acompanhados de vários grupos que faziam o mesmo. Conseguimos chegar e pegar o trem para voltar a Bordeaux. O passeio foi rápido, mas muito interessante.

domingo, 26 de abril de 2015

Bordeaux

Chegamos ao hotel em Bordeaux e a recepcionista nos avisou que ficaríamos em um studio para 3 pessoas. O apto era muito bom e espaçoso, com cozinha toda equipada. Deixamos as malas e saímos para procurar um lugar pra jantar.

Com o mapa em mãos e as indicações da recepcionista, passamos pela praça Gambetta, muito florida, que depois descobrimos que foi a praça da guilhotina em Bordeaux.


Após passar pela Porte Dijeaux, encontramos vários restaurantes e escolhemos o mais simpático. Celebramos a chegada a Bordeaux com vinho e voltamos para o hotel.


No dia seguinte, saímos para explorar a cidade. Chegamos ao rio Garonne, muito largo e limpo. Vimos então o espelho d'água (miroir d'eau), maior que um campo de futebol, onde fica sempre uma lâmina de água de 2 cm e, às vezes, solta um vapor gerando uma névoa em volta. Muitas crianças brincavam na água, mesmo estando frio para nós (uns 18º).



De lá fomos procurar o escritório de turismo. Descobrimos que havia um prédio que destoava de toda a arquitetura da cidade, que é muito homogênea. O lugar é um mini-shopping em formato circular que ocupa toda uma praça e, no dia, havia uma feira de livros na parte externa. O prédio é todo envidraçado e voltamos lá algumas vezes, para comprar vinho, por exemplo. Soubemos depois, na visita guiada, que o prédio é recente, cerca de 25 anos, e só foi autorizado porque é mais baixo que os outros no entorno e, por ser de vidro, reflete as fachadas de pedra em volta.


No escritório de turismo, compramos um passe de 30 euros para dois dias que dava direito à entrada em diversos pontos turísticos, passeio de ônibus e barco, visita guiada e gratuidade no transporte. Com o passe, fomos ao passeio de ônibus, agendamos a visita guiada para o dia seguinte e visitamos o Porte Cailhau, um antiga fortaleza da cidade que oferece uma linda vista do alto. Uma coisa que não sabíamos é que alguns pontos turísticos só podem ser visitados na quarta ou no sábado, então, não conseguimos entrar na Ópera, por exemplo.


A Pont de Pierre, que atravessa o rio Garonne, é impressionante. Muito grande e alta, com grandes luminárias antigas, por ela passam pedestres, bicicletas, trams e carros.


No caminho de volta, passamos pela Grosse Cloche, um grande sino medieval.


No dia seguinte, quinta-feira, fomos pela manhã ao Jardin Publique, um enorme parque que inclui também o jardim botânico da cidade.


De lá fomos para a Place des Quinconces, que já tínhamos visto do ônibus. Lá estava sendo armada uma feira de antiguidades enorme, cheia de objetos interessantes, móveis, livros, lustres, objetos de decoração, roupas e outros.


Nessa praça há uma grande estátua com vários cavalos. Na visita guiada soubemos que essa estátua quase foi fundida num período de guerra, mas sobreviveu porque alguns cidadãos resolveram escondê-la.


Visitamos também a Cathedrale Saint André, que depois soubemos que foi construída aos poucos, do século XII ao XVI, incorporando diversas tendências arquitetônicas.



Ainda fomos conhecer o Museu de Belas Artes, com um lindo jardim e uma bela coleção de pinturas e esculturas.


Almoçamos e fomos para a visita guiada, cujo ponto encontro era o Hotel des Douannes, próximo ao espelho d'água e também um museu interessante, com a história da cidade. A visita foi muito interessante, com o guia contando diversos detalhes que passariam em branco se ele não nos contasse, como os nomes de ruas gravados nas paredes de pedra, que, na Revolução Francesa, foram trocados para tirar referências à monarquia e à religião, substituindo-os por termos como Razão, Liberdade, Igualdade, etc.




Nosso passeio pelas ruas medievais durou 2 horas, repletas de informações como a indicação do caminho de Santiago de Compostela, detalhes da arquitetura da cidade, curiosidades como as ruas  que já existiam na antiga cidade romana, que hoje são chamadas Cours, mais largas para a passagem de carroças. O passeio foi bom também para reforçar a imersão no idioma, pois foram duas horas só ouvindo francês, o que estimula a compreensão.



Gostamos muito da cidade de Bordeaux, com suas ruas só de pedestres ou só de trams e bicicletas. A cidade superou nossa expectativa e nos pareceu um misto de Strasbourg e Lyon, tão fácil de se deslocar e tão medieval quanto Strasbourg e tão sofisticada quanto Lyon, com suas vitrines caprichadas.





quinta-feira, 23 de abril de 2015

Caminho Lyon-Bordeaux

Saímos do hotel em Lyon e fomos pegar o carro na locadora, que ficava logo atrás da estação.
Ligamos o GPS em português de Portugal, para não haver dúvidas.


A saída de Lyon foi um pouco complicada, mas em pouco tempo já estávamos na estrada.
Passamos por inúmeras cidadezinhas bonitas, todas as rotatórias ("abandone a rotunda na primeira saída", dizia a mulher do GPS) eram floridas, limpas e organizadas.
Sabíamos de antemão que a estrada que liga Lyon a Bordeaux é a A89, uma autoestrada. Só que o GPS a todo momento nos mandava sair da estrada e passar por dentro das cidadezinhas. Foi muito legal, pois conhecemos muitos lugares que não veríamos da A89, porém, isso fez a viagem demorar bem mais que o previsto.


Só então percebemos que isso deve ser uma configuração do GPS, para passar nos lugares turísticos. Quando já estávamos a uns dois terços do caminho, resolvemos seguir direto pela A89, com dor no coração por não passar por St-Emilion, a mais famosa região vinícola de Bordeaux.



Chegamos em Bordeaux e tivemos que abastecer o carro. Paramos em um Carrefour e procuramos o posto de gasolina. Encontramos as bombas e, depois de algumas cabeçadas conseguimos abastecer sem problemas. Agora era a hora de encontrar o local para devolver o carro. Eram umas 19h30 e o local fecharia às 21hs. Mas, tudo bem pois já estávamos a cinco quilômetros de Bordeaux, certo? Errado; colocamos o endereço da agência no GPS e seguimos em frente. Quase fomos atropelados por um tram e, quando seguimos, rua interditada, obras.


As ruas eram estreitas e davam a impressão de que não eram para trânsito de veículos. O GPS mandava ir para um lugar e tínhamos que desviar porque havia interdições. Muitas ruas depois, o GPS achou outro caminho e chegamos à rua da agência. O endereço não tinha número e fomos procurando. Encontramos lá no final da rua a agência de aluguel de veículos, a tempo de entregar o carro.


Pegamos um táxi e fomos para o hotel, já percebendo que a cidade é muito bonita. Depois de fazer o check-in no hotel, saímos para jantar e vimos uma cidade fácil de se deslocar, cheia de restaurantes e lojas bacanas.


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Lyon

A viagem para Lyon começou com a compra das passagens de trem de Strasbourg para cá. Compramos com muita antecedência, para aproveitar as ofertas, mas tivemos problemas com a autorização do cartão de crédito. Tivemos que trocar emails com o pessoal da SNCF e, no final, tudo se resolveu.
Pouco antes de viajar, pesquisando, encontrei o Lyon Card. Compramos o de 2 dias, que inclui transporte público liberado (metrô, tram, funicular), passeio de barco e uma visita guiada, a escolher. Com um desconto promocional, saiu 28,80 euros para cada um, com retirada no escritório de turismo de lá.
Chegamos aqui na sexta, 15h30, com chuva. Ainda bem que o hotel é próximo da estação de trem, embora nem tanto como o de Strasbourg. Demos uma volta pela região e voltamos pro hotel para descansar. Jantamos no restaurante do hotel, muito bom, por sinal.
No outro dia, sábado, fomos buscar o Lyon Card, na Presq'île (península). Tudo certo, aproveitamos para reservar uma visita guiada a pé. Chegando lá, ainda era cedo e fomos procurar uma bebida quente, pois ainda estava frio. Havia um protesto bem barulhento contra o TAFTA (tratado de livre comércio entre EUA e UE). Foi difícil descobrir se eles eram contra ou a favor do tratado, pois os cartazes tinham frases pro, mas bem agressivas. Os manifestantes também estavam vestidos de empresários. Uma senhora nos deu uma explicação e entendemos um pouco.


Chegou a guia e juntou o grupo que já aguardava. Em pouco tempo já estávamos ouvindo a história da Croix-Rousse e da praça onde estávamos, dedicada a J.M.Jacquard, o inventor de uma máquina de tecelagem semi-automática, tido como um precursor da informática. Ela nos mostrou os prédios onde os tecelões trabalhavam e contou a história de como as condições de trabalho levaram a várias revoltas.
Conforme ela ia contando, íamos descendo escadas e ladeiras. A Croix-Rousse fica numa colina. De repente, ela abriu uma porta e entramos no pátio de um edifício, era o primeiro "traboule" pelo qual passamos. Esses traboules são atalhos criados pelo povo, passando por dentro de prédios, descendo escadas, passando por ruelas. Pelo que entendi, existe uma norma que os condôminos devem deixar a porta aberta até determinado horário e podem tranca-la à noite. O munícipio ajuda na limpeza do lugar.


Ao final da visita, paramos em um atelier de estamparia em seda. A guia se despediu e nos deixou lá, com o próprio artesão contando sobre o seu trabalho. Ele estava fazendo a estampa em lenços quadrados de seda, com um desenho inspirado em quadros de Toulouse-Lautrec. A explicação era cheia de detalhes, mas eu entendi melhor a guia do que ele. Finalmente, a fome bateu e saímos para procurar um local para almoçar. Achamos ali pertinho, na praça onde fica o Museu de Belas Artes.

Comemos um belo hambúrguer e moules e frites, acompanhados de um bom vinho.

Em seguida, decidimos ir conhecer Vieux Lyon, a cidade velha. Seguimos a pé até lá, foi só atravessar a ponte sobre o rio Sahône. A cidade velha é linda, toda com aparência medieval, cheia de coisas interessantes para ver. Passamos na frente de um museu, o Museu de Miniaturas e Cinema e achamos interessante. Resolvemos entrar, usando o Lyon Card. Foi ótimo, o museu é muito interessante, principalmente para quem gosta de cinema e de efeitos especiais. A primeira parte do museu é dedicada ao filme "O Perfume". Os cenários do filme foram remontados no museu, com incrível precisão de detalhes.


O que eu gostei também nesse museu é que há salas com uma cortina na porta e um aviso de que crianças e pessoas sensíveis não devem entrar. Não são muitas salas assim, mas as que têm a cortina devem mesmo ser evitadas por crianças.

Tem muita coisa no museu, cenários, máscaras, bonecos, objetos de cena como jornais falsos e o próprio tablete de chocolate Wonka, do filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate". No final vimos a mãe Alien, com a mecanização recuperada pelos especialistas do museu. Esse trabalho ainda está em processo de execução, mas já dá um medinho e a sala tem a devida cortina.


Saímos de lá para pegar o Funicular em direção à colina de Fourvíère, onde fica a Basílica da cidade. Havia um aviso que um funicular não estava funcionando e fomos ao escritório de turismo, logo ao lado, perguntar como subir. A atendente esclareceu que era outro funicular que estava em reparos e fomos em frente. O trenzinho é bem pequeno e brincamos que era uma criança quem dirigia, uma moça bem novinha. O trajeto também é pequeno e passa por um túnel, ou seja, nada de grandes vistas no funicular.

Saindo da estação lá em cima, damos de cara com a Basílica, enorme. Entramos e ficamos encantados, é uma das igrejas mais bonitas que já vimos, cheia de grandes painéis de mosaico e muito dourado.

Ao lado da igreja fica o local onde se tem uma linda vista da cidade, onde tiramos algumas fotos. Visitamos o Jardim do Rosário, logo abaixo, e fomos descendo, descendo, e quando vimos já estávamos começando a descer por uma escada bem comprida.

Lá embaixo, de volta a Vieux Lyon, sentamos um pouco para descansar e um carro todo enfeitado parou uns metros à nossa frente. Era um casal de noivos que iam tirar fotos.

Andamos de volta ao hotel, não sem antes parar em uma boulangerie para tomar um chá e um café e comer uma bela torta de maçã. Jantamos no hotel de novo.

No dia seguinte, domingo, amanheceu chovendo. Tomamos o café da manhã no hotel, onde houve um problema com uma hóspede que teve sua bolsa roubada. Ficamos inquietos e tristes com o problema dela, mas ela estava acompanhada de uma amiga, que lhe deu apoio. Saímos com a intenção de ir ao Museu de Belas Artes, pois a chuva já havia passado e só tinha ficado muito frio.

Não andamos muito antes de eu pedir para voltar ao hotel, pois meu estômago doía muito. Tenho gastrite e tenho que controlar a alimentação, o que não tinha feito nos últimos dias. Tomei um remédio e deitei um pouco. Uma hora depois já estávamos na rua, mais agasalhados e com outro projeto, visitar o Museu Galo-Romano, na colina de Fourvière. Fomos de metrô desta vez, para me poupar. O Lyon Card compreende também os bilhetes de metrô. Fizemos as baldeações e chegamos ao funicular. Perguntamos onde ficava o museu e fomos em frente. Chegando perto já vimos as ruínas do anfiteatro, enorme. Há muitas ruínas e fomos passeando por elas e descendo até o palco do anfiteatro.


Quando fomos ver onde era a entrada do museu, adivinhem, era lá em cima e lá vamos nós subir tudo de novo. Entramos no museu e adoramos as peças e uma animação de uma maquete que demonstra como a cidade foi ocupada, desde o tempo dos romanos. No final da exposição ainda tinha uma reprodução de como funcionavam as cortinas do anfiteatro, uma máquina muito engenhosa, que podíamos colocar para funcionar.

De lá voltamos para perto do hotel de metrô e almoçamos no Shopping próximo, no restaurante Hippopotamus. Interessante é que só o cinema e os restaurantes maiores funcionam aos domingos. Lojas e quiosques menores, tudo fechado.

À noite fomos ao jogo Lyon x St.Etienne com uma chuva leve e super agasalhados, pois estava bem frio. Ganhamos bandeirinhas do Lyon na entrada e fomos procurar nossos lugares, que eram os últimos disponíveis quando compramos. Estes deviam ser os piores lugares do estádio e ainda estavam molhados, embora a cobertura chegasse até lá. Na hora que chegamos o segurança sugeriu que pegássemos o jornal do jogo para poder sentar e deu certo. Estávamos na altura do campo e vimos de perto o primeiro gol do Lyon. É muito legal ver a torcida organizada se manifestar o tempo todo, e mesmo a torcida de onde estávamos não parava um minuto de torcer. Um menino de uns 10 anos, logo atrás da gente, sabia o nome de todos os jogadores e foi o mais indignado com a expulsão de um jogador do Lyon dizendo "arbitre de merde", nem precisa traduzir...

No final do jogo, saímos junto com a multidão em direção ao metrô. Eu tinha certeza que não ia dar certo aquele povo todo querendo pegar o trem, mas, por incrível que pareça, deu tudo certo. Não tinha bem uma fila, mas um bololô separado por cordas, andando em direção às catracas. Lá no final um segurança liberava a entrada de tempos em tempos e pegamos o metrô depois de uns 20 minutos.


No dia seguinte, fomos ao Museu de Belas Artes, cujo pátio estava repleto de gente almoçando e aproveitando a beleza do lugar. Visitamos a coleção de antiguidades do Egito e Grécia e a grande coleção de pinturas, inclusive de impressionistas.


Depois fomos passear nas margens do rio Sahone, onde tinha muita gente passeando e andando de skate.


 

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Riquewihr

Pessoal, ontem foi dureza. Saímos de Strasbourg de trem para Colmar novamente. Chegamos lá umas 10h30 e fomos direto alugar bicicletas para fazer um passeio pelos vinhedos da região. Nosso objetivo era ir até Ribeauvillé e voltar a Colmar passando por Riquewihr, o que daria uns trinta quilômetros no total.

A moça que alugava as bicicletas disse que tudo era simples e as estradas eram todas "cyclabes". Muito bem, nos primeiros 500 metros já nos perdemos, ainda dentro de Colmar. A ciclovia de Colmar às vezes está pintada na rua, às vezes na calçada, às vezes bloqueada para obras e às vezes desaparece do nada. Mas tudo bem, quando nos perdíamos era só perguntar para a pessoa mais próxima e todas nos responderam gentilmente como retornar ao nosso caminho. E olha que até sair de Colmar foram umas cinco ou seis vezes que tivemos ajuda.
Finalmente saímos de Colmar pelo caminho entre os vinhedos. As vinhas estão rebrotando depois do inverno, portanto a paisagem não era muito verde. Encontramos muita gente trabalhando nos vinhedos. Ali todas as vias são exclusivas para bicicletas e veículos autorizados, ou seja, tratores.


Nos perdemos outra vez e encontramos um trabalhador que, não só nos orientou detalhadamente como voltar ao caminho, como voltou ao seu carro e desenhou um mapa para não haver dúvidas. Andamos um pouco pela rodovia até chegar a uma cidade de nome impronunciável, depois outra, outra, todas muito bonitas e cercadas de vinhedos.


A uma certa altura, nos demos conta de que já estávamos pedalando há quase 3 horas, quando a previsão inicial era de levar uma hora até Ribeauvillé, o destino inicial. Foi aí que decidimos: essa cidade fica para uma próxima vez. E desviamos para Riquewihr.


Chegando lá, cansados, fomos direto almoçar no Restaurant Au Cerf, que foi construído em 1488. Pedimos escargot à alsacienne de entrada e o Ricardo engoliu um chucrute gigante, pois já eram 14h30 e as bikes deveriam ser entregues em Colmar até as 18h30. Passeamos um pouco pela cidade, que é linda. No escritório de turismo eu perguntei se haveria possibilidade de voltar de ônibus com as bikes. A moça ligou para a operadora do ônibus e nos respondeu que dependia da boa vontade do motorista, que poderia levar as bikes ou não. Decidimos então voltar pedalando mesmo, seguindo a indicação de caminho que ela nos deu. Muito melhor! Um caminho direto e cheio de descidas (o chucrute agradece - lógico que este caminho não serviria para a ida). Achamos esse caminho ainda mais bonito, mais verde e com outras plantações de frutas, além dos vinhedos. O perfume das flores estava no ar.


Na parte final chegamos a uma bifurcação, com aquela cara de interrogação e o mapa na mão. Dois senhores de bike pararam e, sem a gente pedir, se ofereceram para indicar o caminho. Como estavam treinando, sumiram rapidinho na nossa frente, isso porque eles tinham uns 75 anos ou mais.
Mais uns 45 minutos de pedaladas e umas 3 ou 4 ajudas de pessoas locais e conseguimos nosso objetivo: retornar à estação para entregar as bicicletas às 17h30.

Nossa impressão do passeio: se você não faz exercícios regularmente, faça só um passeio pelos vinhedos próximos a Colmar, onde tudo é plano. Deixe para visitar Riquewihr de carro ou ônibus. Preste muita atenção às placas e pergunte sempre. E tire muitas fotos, pois a região é muito linda. O passeio é cansativo, mas valeu muito a pena.


Retornamos cansados para Strasbourg e ainda fomos jantar. O restaurante que queríamos repetir estava fechado e, ao procurar outro lugar, demos de cara com um pátio simplesinho...


Hoje estamos de partida para Lyon. Pegamos 4 dias de muito sol em Strasbourg e Colmar e hoje, último dia, amanheceu garoando.



 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Colmar

Hoje, 15 de abril, fomos para Colmar, uma cidade a 60 km de Strasbourg. Pegamos um trem lá pelas 10h30 e em meia hora estávamos lá. Saímos da estação e fomos em busca do escritório de turismo. No caminho já vimos um parque lindo, cheio de narcisos e tulipas.


Fomos andando em direção ao centro da cidade (centre-ville) e, seguindo as placas, encontramos o escritório de turismo. O funcionário nos atendeu muito bem, nos deu um mapa indicando a rota a seguir a pé e quais as atrações no caminho. Perguntamos sobre o passeio de barco e ele nos indicou o local de embarque. Saindo de lá, já paramos no supermercado próximo (Monoprix) para comprar água e bolachas. Em seguida paramos em uma boulangerie para comprar um sanduíche e um bretzel (é com "b" mesmo) para completar o café da manhã.

Logo depois encontramos a Collégiale Saint-Martin, em cuja praça as árvores estavam enfeitadas com tecidos coloridos.

Passamos por muitos outros prédios antigos e chegamos ao rio. Vimos que ele é bem raso e estreito e os barcos eram pequenos também, para no máximo 8 pessoas. Seguimos em frente para conhecer a Petite Venise, onde as casas ficam bem na beira da água. Casas lindas e antigas, muito bacana o passeio.

Depois fomos em direção ao Marché Couvert, o mercado municipal de lá. A construção original é muito antiga, com locais para atracar barcos de produtores, mas a parte de dentro está piscando de tão nova. Todos os estandes são de produtores da região, alguns orgânicos (bio).

Saímos de lá e, passeando um pouco mais, descobrimos uma Fête du Printemps (festa da primavera), com música ao vivo, mais estandes de produtos locais e artesanato, todo o canal do rio enfeitado com flores e animais. A música estava muito boa e até compramos o CD do trio de origem alemã.

A fome bateu e, depois de pesquisar um pouco, resolvemos voltar ao Marché Couvert para almoçar. Escolhemos o que pareceu mais simpático, o Legumez-moi e eu ia pedir o prato do dia, Cocquelet roti, quando a moça explicou que era uma "pequena galinha". Então trocamos, o Ricardo pediu isso, que vinha com uma sopa de entrada e eu pedi um crumble de legumes com salada. A sopa era enorme, não deu para terminar, e a galinha não era tão pequena e era inteira, com batatas e vagens refogadas. Enfim, um almoção.

Depois do almoço fomos passear de barco. O "tripulante" era bem simpático e contou muitas histórias sobre o rio e a cidade, que eu até que entendi bem. Havia um menino de uns 8 anos no barco também e foi engraçado ver a reação dele com a paisagem, as pontes baixas que exigiam que nos curvássemos para não bater a cabeça, os patos nadando ao lado do barco. Enfim, muito legal. Há pontos que o passeio atravessa áreas residenciais e o guia avisa que vai parar de falar e pede para que façamos silêncio também, em respeito aos moradores.

Quando terminou o passeio de barco já estávamos cansados e fomos andando em direção à estação para voltar a Strasbourg. Chegamos à estação umas 16h15 e o próximo trem seria às 16h37, tempo ideal para relaxar um pouco antes de voltar.